Confetes & Serpentinas !!

Aqui a família do samba se encontra !!!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Festa dos Protótipos vai parar Ricardo de Albuquerque !!!


Nesta sexta-feira, dia 14 de dezembro, Ricardo de Albuquerque vai parar. O G.R.E.S. Arame de Ricardo vai lançar os seus protótipos para o carnaval de 2013.

Com a presença de todos os segmentos da agremiação, a grande festa de lançamento dos protótipos de fantasia promete dar requintes de realidade ao enredo da escola, “Do meu Nordeste ao seu Agreste, hoje sou cabra da peste”. A agremiação promete mostrar toda a sua força para o carnaval 2013.

O lançamento acontecerá a partir das 20 horas no Clube Ricardense, que fica na Rua Japoara, n°. 100, em Ricardo de Albuquerque, em frente à Praça de Ricardo. A entrada é franca, e a escola convida a todos.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Cris Alves é coroada rainha de bateria da Cubango !!

Cris Alves começou a sambar na quadra da Acadêmicos do Cubango, agremiação do bairro onde nasceu e foi criada, em Niterói. Mas a arte da dança do samba a levou para outros rumos e em meio a viagens pelo mundo, ela entrou para o grupo de passistas do Salgueiro, escola de samba que a projetou. Por isso, na noite de sua coroação como rainha da bateria da Acadêmicos do Cubango,

Na sexta-feira, foi a presidente da vermelho-e-branca, Regina Celi, que a coroou, num momento de grande emoção. A primeira-dama da Cubango, Ana, foi quem colocou a faixa de rainha.

Calendário dos ensaios técnicos Marquês de Sapucaí RJ-2013







                                         Dezembro
                Sabado
               09- Domingo
19h


20h

Rocinha
22h

Estácio

              15-  Sabado
                 16- Domingo
19h

Paraíso do Tuiutí
20h
Caprichosos de Pilares
Cubango
22h
Santa Cruz
Império da Tijuca

Janeiro
             05 - Sabado
                    06-Domingo
19h
Unidos do Viradouro

20h
Renascer de Jacarepaguá
Mocidade
22h
Império Serrano
União da Ilha

             12- Sabado
                    13-Domingo
19h
Inocentes de Belford Roxo

20h
São Clemente
Mangueira
22h
Imperatriz
Grande Rio

             19 - Sabado
                    20 -Domingo
19h
Unidos do Porto da Pedra

20h
Portela
Mangueira
22h
Beija-Flor
Grande Rio

             19 - Sabado
                    20 -Domingo
19h
Unidos do Porto da Pedra
 Lavagem do Sambódromo
20h
Portela
Vila Isabel
22h
Beija-Flor
Salgueiro

Fevereiro
03 – Domingo 22h – Unidos da Tijuca (Teste de Som e Luz)

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Cubango segue com 4 sambas !!!


Rumo ao Carnaval 2013 com o enredo "Teimosias da imaginação", do carnavalesco Severo Luzardo, o Cubango segue com 5 parcerias na disputa, em chave única. A partir das 23h, as apresentações serão feitas com 2 passada sem acompanhamento da bateria e 4 com a bateria Folgada de mestre Jonas, novamente 1 sem acompanhamento e outras três com a bateria.

Confira a relação de classificados, já na ordem de apresentação:
1º - Samba 06 - Cabral Gadioli, Willian, André Quintanilha, Fernanda Lopes, Regina Silva e Daniel Vallado. Part. Esp.: Tatalho
2º - Samba 08 - Gatto da Cubango, Regina Angélica, Edu Velocci, Sergio Careca, Raphael Richaid e Robson Ramos. Part. Esp.: Rafael Coutinho.
3º - Samba 07 - Junior Duarte, Carlinhos da Penha, Huguinho, Coquinho e Felipe de Paula.
4º - Samba 11 - Sardinha, Wagner Big, Gustavo Soares, Beto Gama, Waltinho Miranda e Diego Moura.

Serviço:
Eliminatória de samba na Cubango
Sexta, 5 de outubro, a partir das 23h
Quadra (R. Noronha Torrezão 560 – Cubango – Niterói – RJ)
Ingresso: R$ 3, com direito a a um ticket de refrigerante ou cerveja

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Hino da Vila Maria 2013 !!


Autores: Jorge Zanin, Leandro Coringa, Rafael Babú, Fabinho Sampa e Renato Mooca
Intérprete: Celsinho
Quando meu pavilhão girar
Meu povo vai cantar feliz
"Made in Korea", emoção que contagia
Com muito orgulho, sou Vila Maria
Recomeçar, lutar sem desistir
Tá no sangue feroz dessa gente
Trilhar um caminho, buscando a vitória
Um laço de união, modernidade e tradição
Chegou ao meu país, com a força de um dragão
Brilhou tão bela cultura,
Costumes que encantam e fascinam o olhar
O tigre rugiu para o mundo,
Tecnologia moldando o futuro
Pode aplaudir, celebrar,
Sambando no pé
Cinqüenta anos de amizade
Comunidade guerreira, "man sé"!
Milagre nas águas de um rio, espelho da evolução
A fé esculpida na arte
Revela os traços da diversidade
Na culinária a perfeição, tempero pro meu paladar
No esporte a pureza da alma, sabedoria milenar
Coréia, ditando moda neste Carnaval
Minha vila vai te exaltar
E a batucada vai emocionar

Mais Vinho.... Ouça o samba MARAVILHOSO do Vai Vai 2013 !!

 Com o enredo Intitulado "Sangue da Terra, Videira da Vida: Um brinde de amor em plena avenida - Vinhos Brasil",ouça o samba que o Vai-vai, levará para avenida no carnaval de 2013 !!
Compositores : Zeca do Cavaco, Ronaldinho FDQ, Osvaldinho da Cuíca, Evaldo Rodrigues e 
Valter Camargo 

Ouça o samba da Rosas de Ouro 2013 !!


 A atual vice-campeã do Carnaval Paulistano, a Sociedade Rosas de Ouro escolheu no último dia  28 de setembro, a grande final do concurso que definiu o samba-enredo que embalará o seu desfile do próximo ano.
A quadra da azul e rosa na Freguesia do Ó ficou lotada durante toda a festividade. Integrantes de todos os segmentos da escola recepcionaram convidados e representantes de entidades co-irmãs, como Darly Silva, presidente da Vai-Vai e Ribamar de Barros da Camisa Verde e Branco, entre outros.

Samba oficial Rocinha 2013 !!


Parceria: ALEXANDRE NAVAL, MAURÍCIO AMORIM, LEANDRO RC, J. DO TÁXI, ANDERSON BENSON, F. MARIA & FLAVINHO SEGAL
INTÉRPRETE: TINGA
EU BROTO DA TERRA
REPRESENTANTE DA COZINHA NACIONAL
COM A ROCINHA VOU CANTAR
UM MISTURA DE CULTURA E PALADAR
OS NOVOS VENTOS SOPRARAM
POR ESSA JOVEM NAÇÃO
TRADIÇÃO... SUÍÇA, ITÁLIA, TUDO É MUNDIAL
JAPÃO, O EQUILÍBRIO ALIMENTAR
PÃO SÍRIO, DELICADO E MILENAR
AS GULOSEIMAS DO MUNDO VÃO INVADINDO O PAÍS
SE O BOLSO CHORA, O EGO FICA MAIS FELIZ
"SOLTA" UM X-BACON, QUE FRENESI!
UM SUNDAE COM CASTANHA E CHANTILLY
O "FAST-FOOD" É COMIDA DO POVÃO
TÁ DURO, PEDE UM PODRÃO NO SEU JOÃO!
DESIGUALDADE NA TERRA
OLHA ESSE POVO É GUERREIRO
O QUE ELE TEM DE ESPERANÇA
JÁ NÃO POSSUI EM DINHEIRO
UM GOSTO AMARGO NA BOCA
QUEM VAI ESTENDER A MÃO?
EU SOU NATIVO DA PÁTRIA AMADA
LINDA CHAMADA BRASIL!
PRETINHO, CHEIROSO, GOSTOSO, VOCÊ DESCOBRIU...
O TEMPERO DA ROCINHA... CHEGOU!
A RECEITA É ALEGRIA... AMOR
SAPUCAÍ, HOJE TEM "RANGO" DE PRIMEIRA
UMA FEIJOADA À BRASILEIRA...

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Venha desfilar pela Grande Rio !!!

Com o intuito de acabar com todas as alas comerciais a Tricolor de Caxias deu início as inscrições de suas alas para comunidade....

... Os interessados  em se candidatar a desfilante precisa comparecer à quadra da Grande Rio numa segunda-feira, entre 16h e 20h30, apresentando RG, comprovante de residência e duas fotos 3x4. A quadra da escola fica na rua Wallace Soares, 5 e 6, no Centro de Duque de Caxias. Mais informações: (21) 7692-6438 (Cristiane Brigadeiro).

Feijoada na Beija-Flor !!

  A Velha Guarda Show da Beija-Flor comanda neste sábado, a partir de 14 h, a feijoada da azul e branco na quadra da escola. A tarde terá apresentações de DJ's e grupos de pagode.
Velha Guarda Show da Beija Flor de Nilópolis

É válido lembrar que a  semifinal da escola acontecerá no dia 11 e a final no dia 18 de outubro. A entrada deste sábado é grátis e a feijoada custa R$ 15. A quadra da Beija-Flor fica na rua Pracinha Wallace Paes Leme, 1025, no Centro de Nilópolis.




Portela na reta final !!!

Nesta sexta-feira, a partir das 21h, a Portela realiza sua semifinal de samba-enredo. Cinco obras estão na disputa. No mesmo dia, a escola irá apresentar seu novo primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Robson e Ana Paula.

No feriado de 12 de Outubro, acontece a GRANDE final , os portões da escola serão abertos as 19h pois as 20h começará uma animada roda de samba.

Tudo está no seu lugar, Quitéria Voltouuuu !!!

  A direção do Império Serrano, através de sua assessoria,na manhã da última terça-feira, enviou uma nota oficial anunciando que Quitéria Chagas retomou o seu posto de rainha de bateria da agremiação para o Carnaval 2013.

 A apresentação oficial será no dia 13 de outubro, durante a final de samba.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Rodriguinho Faz Show no centro do Rio nesta Sexta!!!

  O Cantor de pagode Rodriguinho, faz show nesta sexta-feira dia 14 de Setembro, no Clube Helenico, no bairro do Rio Comprido, os ingresso já estão sendo vendidos na secretaria . Para os amantes do Funk, o MC Vitinho, também se apresentará na noite.


Porto da pedra define enredo para 2013 !!

O anúncio do enredo da Unidos do Porto da Pedra se deu no último sábado, 8, durante mais uma edição da tradicional feijoada, na quadra da escola, quando também foi apresentada a nova diretoria, presidida por Janice Prist. A Vermelho-e-Branco de São Gonçalo cantará em 2013 :“Me digas o que calças, que eu te direis quem és” o enredo que irá dissertar a arte de se calçar, será assinado pelo carnavalesco Fábio Ricardo. A Unidos do Porto da Pedra é a segunda escola  a desfilar na noite de sexta-feira de carnaval pelo grupo de acesso ,lutando para regressar ao grupo especial em 2014.


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Duque de Caxias vai decolar com o MEGA show na quadra da Grande Rio

Aviões do Forró

Data: Sexta-feira,31/08/2012
Horário: A partir das 22h
Local: Quadra da Grande Rio - Rua Wallace Soares, 5/6 – Centro de Duque de Caxias
Classificaçãoetária: 18 anos
Abertura: Grupo Balacobaco, seguido da bateria da Grande Rio

Ingressos: R$ 20 (pistameia), R$ 40,00 (pista inteira), R$ 40,00 (pista vip meia) e R$ 80 (pista vipinteira). Vendas na quadra da escola ou pelo site www.ingressomais.com.br
Informações:(21) 9457-0573

A Barra Funda vai TREMER !!!!


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Porto da Pedra tem nova diretoria !!


O Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos do Porto da Pedra, por meio de sua assessoria de imprensa, tem o prazer de anunciar seus novos presidente e vice-presidente, que assumem a agremiação, prontos para fazer a escola voar alto no próximo carnaval. Pela primeira vez em sua História, o Tigre de São Gonçalo tem uma mulher na presidência:  Janice Prist, advogada e profunda conhecedora do carnaval e da Porto da Pedra, e que durante vinte anos foi secretária da Presidência da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (LIESA). O empresário Paulo Santana, que atua há 15 anos nos cenários artístico e esportivo, é o novo vice-presidente. Juntos, Janice e Paulo vão promover um choque de gestão , profissionalizando ainda mais a produção do carnaval e integrando a comunidade ao cotidiano da escola.
 Janice Prist - Presidenta
 

Curicica convoca novos passistas !!!


terça-feira, 21 de agosto de 2012

O Camisa Verde e Branco abre vagas para comissão de frente !!


Após ser dirigida por Yaskara Manzini de 2001 a 2011 e por Ismael Toledo em 2012, a equipe formada por componentes da própria agremiação ganhar novo diretor,para o proximo Carnaval, a comissão será coreografada por Edgar Junior, mais conhecido como Junior CVB. A coordenação ficará com Marcio Sanches.
Os homens que sempre tiveram vontade em participar desta ala e que possuem idade superior a dezoito anos devem enviar nome completo, idade, endereço, altura e foto para o e-mail: comissaodefrentecamisa50@hotmail.com.
Para compor o elenco, não é necessário ter desfilado em outra agremiação ou experiência em dança. O requisito obrigatório é ter força de vontade, disposição e comprometimento com o projeto.

A escola de samba Camisa Verde e Branco será a terceira a desfilar no domingo, dia 10 de fevereiro pelo grupo de acesso.

Alegria da Zona Sul se prepara para iniciar eliminatórias !!


A escola de samba Alegria da Zona Sul promoverá nesta quarta-feira, 22 de agosto, um segundo encontro entre o carnavalesco, Eduardo Gonçalves e todos os compositores participantes do concurso de sambas-enredo que elegerá o hino oficial da agremiação, para o Carnaval de 2013.
A reunião, que iniciará às 20h, acontecerá no barracão da vermelha e branca. 
A escola prepara para seu próximo desfile o enredo "Quem não chora, não mama..." e as eliminatórias de samba começarão em setembro. Vale lembrar que as composições concorrentes deverão ser entregues no dia 5 de setembro, das 20h às 0h.
O endereço do barracão é rua Equador, número 250, no Santo Cristo.

A Turma de Itaquera está em festaaaa !!

O LEÃO GUERREIRO MOSTRA SUA FORÇA! É A GARRA E A BRAVURA DO NEGRO NO QUILOMBO DA LEANDRO DE ITAQUERA!  e neste ritmo a Leandro de Itaquera vai tentar retornar a elite do carnaval de São Paulo !!

Pérola negra já tem samba oficial para 2013 !!



Com o enredo sobre o Auto da Compadecida a Pérola Negra pisará forte na avenida com este samba




domingo, 5 de agosto de 2012

Alegria da Zona Sul 2013 !!


Logotipo do GRES Alegria da Zona Sul para o carnaval de 2013 !!

Sinopse da Alegria da Zona Sul 2013 !!


“Quem não chora, não mama...”

Confetes coloridos caem como gotas de chuva do céu. As serpentinas, frágeis tiras de papel se enrolam entre nós dois e dessa forma ficamos cada vez mais próximos. Eu sou o seu pierrot e você a minha colombina mágica e misteriosa no seu vestido de bolas pretas. Assim, nasceu a ideia do nome do cordão de carnaval mais antigo do Rio de Janeiro e tudo isso começa lá na virada para o ano de 1918, em pleno réveillon carioca!

Jovens esportistas e alguns nem tanto, na sua maior parte associados do Clube dos Democráticos todos com o mesmo gosto pela cerveja gelada, mulher bonita e simples diversão no carnaval, capitaneados pelo senhor Álvaro de Oliveira mais conhecido como K. Veirinha ou Trinca Espinha e um senhor de nome Chico Brício, se juntam pelos bares da Galeria Cruzeiro e contra a nova ordem do chefe de polícia, (o mesmo do samba “Pelo telefone” do saudoso Donga) que queria proibir com cassação e até mesmo prisão, os grupos e cordões que perturbassem a ordem pública, criam o cordão, inicialmente com um baile “Maxixético e rebolativo!”- assim dizia no convite, na sede alugada do Clube dos Políticos, na rua do Passeio. Mais tarde o cordão saia pelas ruas da cidade, em calhambeques antigos e o povo fantasiado, cantado sem parar.

Primeiro as grandes sociedades e corsos frequentada pelas camadas mais ilustres, depois a pequena burguesia que se contentava com os ranchos e o seu lirismo romântico. E para os pobres e negros o que sobrava? A farra, os blocos e cordões que arrastavam o povo pelas ruas estreitas dessa cidade!Nos cafés o charme das madames e o galanteio dos elegantes cidadãos. Nos salões Sinhô era sucesso, assim como a polca e o samba chorado. Em terreiros, já se ouvia os bons partidos de samba de batuque e o anúncio de que vinha coisa boa por aí. Daí para ficar tudo mais gostoso, tinha o glamour dos anos 20 que arrebatava os poetas e cantadores. Começava a se sentir que a cadência do samba também combinava com o jeitinho francês, que invadia esse Rio de Janeiro de meu Deus! Juntando tudo isso e ainda mais a frenética cultura que fazia a cidade ferver e borbulhar... pronto, é igual a fórmula do sucesso: um bloco de rua!

Não qualquer bloco! Era o bloco carnavalesco Cordão da Bola Preta. E os jovens queriam apenas fundar um cordão chamado “Só se bebe água”. Mas, inspirados no vestido da tal colombina que deixou o pierrot a ver literalmente navios, mudaram de nome. E ganharam a fama e o amor de todos os foliões que se tornaram “bolapretenses”.
Assim que inaugurado, em princípio, só saía no carnaval. Depois, começou durante todos os anos muito badalo, farra e alegria nas dependências muito bem frequentadas do clube. Feijoadas concorridas, festas de batuque, bailes dançantes, shows musicais com cantores da época, concursos de todos os tipos. O Bola Preta era o point predileto da dita boa e formosa sociedade carioca, ali se vivia o melhor samba, a pura diversão e uma tal felicidade rasgada, sem fronteiras nem eiras, mas sempre mantendo os bons costumes pedidos do salão.

Os anos vão sendo contados através dos carnavais brincados. E quando chegava a festa de Momo, ahh, ai sim, o bloco vinha pra rua, com tudo que tinha direito! Havaianas com saruel coloridos e flores de lisolene se encontravam com piratas de capa e espada, mas sem olho de vidro e perna de pau. Tirolesas com suas perucas louras não necessariamente andavam com alemães, víamos muitas de braços e laços com caveirinhas enfezados. Diabinhos travavam guerras de lança perfume com românticos dominós. Os bate bolas multicoloridos metiam medo nas crianças fantasiadas de anjinhos e palhaços de fita. Já os índios, batiam martelos de plástico na cabeça das melindrosas que só queriam cantar e se divertir ao som da banda carnavalesca que tocava sem parar.

Os instrumentos de sopro, acorde e percussão se juntavam e orquestravam as mais famosas marchinhas, eram os grandes sucesso das rádios de todo o país, o Bola influenciou até as marchas que ficariam ou não famosas na MBP da época. Senhoras de leque na mão se abanavam, homens mais recatados não deixavam perder o tom. Assim ficamos sabendo que a jardineira estava triste com a camélia que caiu do galho, deu dois suspiros e depois morreu. Oh abre alas que eu quero passar. Ai mamãe, dá logo à chupeta pro neném não chorar! Allah-lá-ô, Allah-lá-ô, ôô, mas que calor ô ô. Era um rio de 40 graus, ou mais. E ei você ai, me dá um dinheiro aí?

Ô nega do cabelo duro, qual é o pente que te penteia? O teu cabelo não nega mesmo, mas me diz, qual é o pente que te penteia, hein? Taí eu fiz tudo pra você gostar de mim...Nessa cidade maravilhosa, cheia de encantos mil, cidade maravilhosa que até hoje é o coração do meu Brasil.

Assim o bloco ia pelas ruas do centro da cidade arrastando multidões. Homens se vestem de mulher, mulher vira valentão, a imaginação é liberada e a criatividade é premiada para quem ganhar o concurso do mais original folião. Lindas decorações compunham o cenário das ruas do centro e imediações da Cinelândia, local de partida dos desfiles do bloco, para o deslumbre visual.

Era dar um beijo apaixonado na sua amada e olhar para o céu e admirar os estandartes que enfeitavam as ruas. Era dar um gole na alegria, na ilusão, na bebida e admirar o colorido da decoração. Desciam do céu lindos adornos que emolduravam a folia, tal qual caricatura ou charge . Ou um quadro de algum pintor famoso da época.
E se fossem estandartes afro? E se “Yemanjá e seu espelho – O bairro do pelourinho na Bahia” tivessem vencido o concurso? Fernando Pamplona e Nilson Pena tiveram sua ousadia reprimida ao participarem do concurso da prefeitura. Caretice. Tolice. Vai entender a política ou pensamento de quem reprime? Afirmaram que o folclore nacional era indigno de ser decoração. O que é o Bola, afinal, senão folclore diverso da alegria etílico-momesca nacional? Mas depois isso, tudo foi revisto e eles acabaram ganhando o concurso e mais tarde Pamplona traz toda a sua inspiração para o desfile do Acadêmicos do Salgueiro.

Mas nem com toda polêmica o Bola Preta deixou de passar! Muito confete caiu ao longo desses anos, muita água de cheiro se jogou e o arlequim continua chorando pelo amor da colombina no meio da multidão. Hoje, o bloco arrasta mais de dois milhões de foliões pelas ruas dessa cidade, nas manhãs de sábado de carnaval.Turistas que tentam registrar com suas máquinas ou celulares, essa transe que acontece com os foliões do bloco Cordão da Bola Preta. Crianças brincam sem parar, os mais jovens vão para se ajeitar com as “gatetes” do momento, artistas e políticos não podem deixar de frequentar e os velhos não ficam sentados, se animam, se levantam e vão sambar!
É uma catarse, uma overdose de alegria, que junta sambistas com animação e suor. E o querido Bola que surgiu de um protesto contra uma proibição, virou patrimônio histórico cultural da cidade do Rio de Janeiro. Dessa forma, no seu desfile de folia, trabalhadores se libertam das regras do seu dia a dia e investem naquela paquera, acompanhados pela estúpida cerveja gelada. Os doidos camelôs tentam ganhar os últimos trocados para os momentos da festa profana. É uma procissão, diria uma comunhão de alegria, com hora para começar e terminar ao som da Banda Show e o lema de fazer e incentivar o carnaval de rua e não deixar a música popular brasileira morrer. É mais que um bloco, é um manifesto sócio cultural que une, congrega, aclama e propaga a paz o amor e a folia! Assim o Bola se torna o maior representante desse jeitão irreverente de ser carioca!

Rainhas famosas são coroadas, princesas garbosas reinam nos quatro dias de festejo e o Grêmio Recreativo Escola de Samba Alegria da Zona Sul nesses 20 anos de sua existência e resistência ao verdadeiro carnaval carioca, tem a honra de contar e homenagear em tema de enredo, os 95 anos de história do bloco carnavalesco Cordão da Bola Preta, a mais antiga instituição do carnaval carioca.

Hoje, com licença da nossa respeitada velha guarda, as nossas baianas rodopiaram com mais garra, mulatas e passistas formam o famoso triangulo com pandeiros, tão esquecido nos desfiles de escola de samba e todos se juntam para homenagear o querido Bola. E nós anônimos, porém animadíssimos foliões cariocas, vamos cantar em alto e bom som que:

“Quem não chora não mama, segura meu bem a chupeta. Lugar quente é na cama, ou então no Bola Preta. Vem pro Bola meu bem com alegria infernal. Todos são de coração, todos são de coração foliões do carnaval! Sensacional!”- (Nelson Barbosa/Vicente Paiva - 1962)Para todos que acreditam na resistência do carnaval carioca, do tema de enredo folião acima de qualquer dinheiro e para aquele que quebrou as regras dos desfiles das escolas de samba na cidade do Rio de Janeiro, Fernando Pamplona.
 

Texto e pesquisa : Eduardo Gonçalves
Agradecimentos e colaboração : Eduardo Nunes, Fábio Fabato e Vinicius Ferreira Natal.

Sinopse da Alegria da Zona Sul 2013 !!


“Quem não chora, não mama...”

Confetes coloridos caem como gotas de chuva do céu. As serpentinas, frágeis tiras de papel se enrolam entre nós dois e dessa forma ficamos cada vez mais próximos. Eu sou o seu pierrot e você a minha colombina mágica e misteriosa no seu vestido de bolas pretas. Assim, nasceu a ideia do nome do cordão de carnaval mais antigo do Rio de Janeiro e tudo isso começa lá na virada para o ano de 1918, em pleno réveillon carioca!

Jovens esportistas e alguns nem tanto, na sua maior parte associados do Clube dos Democráticos todos com o mesmo gosto pela cerveja gelada, mulher bonita e simples diversão no carnaval, capitaneados pelo senhor Álvaro de Oliveira mais conhecido como K. Veirinha ou Trinca Espinha e um senhor de nome Chico Brício, se juntam pelos bares da Galeria Cruzeiro e contra a nova ordem do chefe de polícia, (o mesmo do samba “Pelo telefone” do saudoso Donga) que queria proibir com cassação e até mesmo prisão, os grupos e cordões que perturbassem a ordem pública, criam o cordão, inicialmente com um baile “Maxixético e rebolativo!”- assim dizia no convite, na sede alugada do Clube dos Políticos, na rua do Passeio. Mais tarde o cordão saia pelas ruas da cidade, em calhambeques antigos e o povo fantasiado, cantado sem parar.

Primeiro as grandes sociedades e corsos frequentada pelas camadas mais ilustres, depois a pequena burguesia que se contentava com os ranchos e o seu lirismo romântico. E para os pobres e negros o que sobrava? A farra, os blocos e cordões que arrastavam o povo pelas ruas estreitas dessa cidade!Nos cafés o charme das madames e o galanteio dos elegantes cidadãos. Nos salões Sinhô era sucesso, assim como a polca e o samba chorado. Em terreiros, já se ouvia os bons partidos de samba de batuque e o anúncio de que vinha coisa boa por aí. Daí para ficar tudo mais gostoso, tinha o glamour dos anos 20 que arrebatava os poetas e cantadores. Começava a se sentir que a cadência do samba também combinava com o jeitinho francês, que invadia esse Rio de Janeiro de meu Deus! Juntando tudo isso e ainda mais a frenética cultura que fazia a cidade ferver e borbulhar... pronto, é igual a fórmula do sucesso: um bloco de rua!

Não qualquer bloco! Era o bloco carnavalesco Cordão da Bola Preta. E os jovens queriam apenas fundar um cordão chamado “Só se bebe água”. Mas, inspirados no vestido da tal colombina que deixou o pierrot a ver literalmente navios, mudaram de nome. E ganharam a fama e o amor de todos os foliões que se tornaram “bolapretenses”.
Assim que inaugurado, em princípio, só saía no carnaval. Depois, começou durante todos os anos muito badalo, farra e alegria nas dependências muito bem frequentadas do clube. Feijoadas concorridas, festas de batuque, bailes dançantes, shows musicais com cantores da época, concursos de todos os tipos. O Bola Preta era o point predileto da dita boa e formosa sociedade carioca, ali se vivia o melhor samba, a pura diversão e uma tal felicidade rasgada, sem fronteiras nem eiras, mas sempre mantendo os bons costumes pedidos do salão.

Os anos vão sendo contados através dos carnavais brincados. E quando chegava a festa de Momo, ahh, ai sim, o bloco vinha pra rua, com tudo que tinha direito! Havaianas com saruel coloridos e flores de lisolene se encontravam com piratas de capa e espada, mas sem olho de vidro e perna de pau. Tirolesas com suas perucas louras não necessariamente andavam com alemães, víamos muitas de braços e laços com caveirinhas enfezados. Diabinhos travavam guerras de lança perfume com românticos dominós. Os bate bolas multicoloridos metiam medo nas crianças fantasiadas de anjinhos e palhaços de fita. Já os índios, batiam martelos de plástico na cabeça das melindrosas que só queriam cantar e se divertir ao som da banda carnavalesca que tocava sem parar.

Os instrumentos de sopro, acorde e percussão se juntavam e orquestravam as mais famosas marchinhas, eram os grandes sucesso das rádios de todo o país, o Bola influenciou até as marchas que ficariam ou não famosas na MBP da época. Senhoras de leque na mão se abanavam, homens mais recatados não deixavam perder o tom. Assim ficamos sabendo que a jardineira estava triste com a camélia que caiu do galho, deu dois suspiros e depois morreu. Oh abre alas que eu quero passar. Ai mamãe, dá logo à chupeta pro neném não chorar! Allah-lá-ô, Allah-lá-ô, ôô, mas que calor ô ô. Era um rio de 40 graus, ou mais. E ei você ai, me dá um dinheiro aí?

Ô nega do cabelo duro, qual é o pente que te penteia? O teu cabelo não nega mesmo, mas me diz, qual é o pente que te penteia, hein? Taí eu fiz tudo pra você gostar de mim...Nessa cidade maravilhosa, cheia de encantos mil, cidade maravilhosa que até hoje é o coração do meu Brasil.

Assim o bloco ia pelas ruas do centro da cidade arrastando multidões. Homens se vestem de mulher, mulher vira valentão, a imaginação é liberada e a criatividade é premiada para quem ganhar o concurso do mais original folião. Lindas decorações compunham o cenário das ruas do centro e imediações da Cinelândia, local de partida dos desfiles do bloco, para o deslumbre visual.

Era dar um beijo apaixonado na sua amada e olhar para o céu e admirar os estandartes que enfeitavam as ruas. Era dar um gole na alegria, na ilusão, na bebida e admirar o colorido da decoração. Desciam do céu lindos adornos que emolduravam a folia, tal qual caricatura ou charge . Ou um quadro de algum pintor famoso da época.
E se fossem estandartes afro? E se “Yemanjá e seu espelho – O bairro do pelourinho na Bahia” tivessem vencido o concurso? Fernando Pamplona e Nilson Pena tiveram sua ousadia reprimida ao participarem do concurso da prefeitura. Caretice. Tolice. Vai entender a política ou pensamento de quem reprime? Afirmaram que o folclore nacional era indigno de ser decoração. O que é o Bola, afinal, senão folclore diverso da alegria etílico-momesca nacional? Mas depois isso, tudo foi revisto e eles acabaram ganhando o concurso e mais tarde Pamplona traz toda a sua inspiração para o desfile do Acadêmicos do Salgueiro.

Mas nem com toda polêmica o Bola Preta deixou de passar! Muito confete caiu ao longo desses anos, muita água de cheiro se jogou e o arlequim continua chorando pelo amor da colombina no meio da multidão. Hoje, o bloco arrasta mais de dois milhões de foliões pelas ruas dessa cidade, nas manhãs de sábado de carnaval.Turistas que tentam registrar com suas máquinas ou celulares, essa transe que acontece com os foliões do bloco Cordão da Bola Preta. Crianças brincam sem parar, os mais jovens vão para se ajeitar com as “gatetes” do momento, artistas e políticos não podem deixar de frequentar e os velhos não ficam sentados, se animam, se levantam e vão sambar!
É uma catarse, uma overdose de alegria, que junta sambistas com animação e suor. E o querido Bola que surgiu de um protesto contra uma proibição, virou patrimônio histórico cultural da cidade do Rio de Janeiro. Dessa forma, no seu desfile de folia, trabalhadores se libertam das regras do seu dia a dia e investem naquela paquera, acompanhados pela estúpida cerveja gelada. Os doidos camelôs tentam ganhar os últimos trocados para os momentos da festa profana. É uma procissão, diria uma comunhão de alegria, com hora para começar e terminar ao som da Banda Show e o lema de fazer e incentivar o carnaval de rua e não deixar a música popular brasileira morrer. É mais que um bloco, é um manifesto sócio cultural que une, congrega, aclama e propaga a paz o amor e a folia! Assim o Bola se torna o maior representante desse jeitão irreverente de ser carioca!

Rainhas famosas são coroadas, princesas garbosas reinam nos quatro dias de festejo e o Grêmio Recreativo Escola de Samba Alegria da Zona Sul nesses 20 anos de sua existência e resistência ao verdadeiro carnaval carioca, tem a honra de contar e homenagear em tema de enredo, os 95 anos de história do bloco carnavalesco Cordão da Bola Preta, a mais antiga instituição do carnaval carioca.

Hoje, com licença da nossa respeitada velha guarda, as nossas baianas rodopiaram com mais garra, mulatas e passistas formam o famoso triangulo com pandeiros, tão esquecido nos desfiles de escola de samba e todos se juntam para homenagear o querido Bola. E nós anônimos, porém animadíssimos foliões cariocas, vamos cantar em alto e bom som que:

“Quem não chora não mama, segura meu bem a chupeta. Lugar quente é na cama, ou então no Bola Preta. Vem pro Bola meu bem com alegria infernal. Todos são de coração, todos são de coração foliões do carnaval! Sensacional!”- (Nelson Barbosa/Vicente Paiva - 1962)Para todos que acreditam na resistência do carnaval carioca, do tema de enredo folião acima de qualquer dinheiro e para aquele que quebrou as regras dos desfiles das escolas de samba na cidade do Rio de Janeiro, Fernando Pamplona.
 

Texto e pesquisa : Eduardo Gonçalves
Agradecimentos e colaboração : Eduardo Nunes, Fábio Fabato e Vinicius Ferreira Natal.

Sinopse da Alegria da Zona Sul 2013 !!


“Quem não chora, não mama...”

Confetes coloridos caem como gotas de chuva do céu. As serpentinas, frágeis tiras de papel se enrolam entre nós dois e dessa forma ficamos cada vez mais próximos. Eu sou o seu pierrot e você a minha colombina mágica e misteriosa no seu vestido de bolas pretas. Assim, nasceu a ideia do nome do cordão de carnaval mais antigo do Rio de Janeiro e tudo isso começa lá na virada para o ano de 1918, em pleno réveillon carioca!

Jovens esportistas e alguns nem tanto, na sua maior parte associados do Clube dos Democráticos todos com o mesmo gosto pela cerveja gelada, mulher bonita e simples diversão no carnaval, capitaneados pelo senhor Álvaro de Oliveira mais conhecido como K. Veirinha ou Trinca Espinha e um senhor de nome Chico Brício, se juntam pelos bares da Galeria Cruzeiro e contra a nova ordem do chefe de polícia, (o mesmo do samba “Pelo telefone” do saudoso Donga) que queria proibir com cassação e até mesmo prisão, os grupos e cordões que perturbassem a ordem pública, criam o cordão, inicialmente com um baile “Maxixético e rebolativo!”- assim dizia no convite, na sede alugada do Clube dos Políticos, na rua do Passeio. Mais tarde o cordão saia pelas ruas da cidade, em calhambeques antigos e o povo fantasiado, cantado sem parar.

Primeiro as grandes sociedades e corsos frequentada pelas camadas mais ilustres, depois a pequena burguesia que se contentava com os ranchos e o seu lirismo romântico. E para os pobres e negros o que sobrava? A farra, os blocos e cordões que arrastavam o povo pelas ruas estreitas dessa cidade!Nos cafés o charme das madames e o galanteio dos elegantes cidadãos. Nos salões Sinhô era sucesso, assim como a polca e o samba chorado. Em terreiros, já se ouvia os bons partidos de samba de batuque e o anúncio de que vinha coisa boa por aí. Daí para ficar tudo mais gostoso, tinha o glamour dos anos 20 que arrebatava os poetas e cantadores. Começava a se sentir que a cadência do samba também combinava com o jeitinho francês, que invadia esse Rio de Janeiro de meu Deus! Juntando tudo isso e ainda mais a frenética cultura que fazia a cidade ferver e borbulhar... pronto, é igual a fórmula do sucesso: um bloco de rua!

Não qualquer bloco! Era o bloco carnavalesco Cordão da Bola Preta. E os jovens queriam apenas fundar um cordão chamado “Só se bebe água”. Mas, inspirados no vestido da tal colombina que deixou o pierrot a ver literalmente navios, mudaram de nome. E ganharam a fama e o amor de todos os foliões que se tornaram “bolapretenses”.
Assim que inaugurado, em princípio, só saía no carnaval. Depois, começou durante todos os anos muito badalo, farra e alegria nas dependências muito bem frequentadas do clube. Feijoadas concorridas, festas de batuque, bailes dançantes, shows musicais com cantores da época, concursos de todos os tipos. O Bola Preta era o point predileto da dita boa e formosa sociedade carioca, ali se vivia o melhor samba, a pura diversão e uma tal felicidade rasgada, sem fronteiras nem eiras, mas sempre mantendo os bons costumes pedidos do salão.

Os anos vão sendo contados através dos carnavais brincados. E quando chegava a festa de Momo, ahh, ai sim, o bloco vinha pra rua, com tudo que tinha direito! Havaianas com saruel coloridos e flores de lisolene se encontravam com piratas de capa e espada, mas sem olho de vidro e perna de pau. Tirolesas com suas perucas louras não necessariamente andavam com alemães, víamos muitas de braços e laços com caveirinhas enfezados. Diabinhos travavam guerras de lança perfume com românticos dominós. Os bate bolas multicoloridos metiam medo nas crianças fantasiadas de anjinhos e palhaços de fita. Já os índios, batiam martelos de plástico na cabeça das melindrosas que só queriam cantar e se divertir ao som da banda carnavalesca que tocava sem parar.

Os instrumentos de sopro, acorde e percussão se juntavam e orquestravam as mais famosas marchinhas, eram os grandes sucesso das rádios de todo o país, o Bola influenciou até as marchas que ficariam ou não famosas na MBP da época. Senhoras de leque na mão se abanavam, homens mais recatados não deixavam perder o tom. Assim ficamos sabendo que a jardineira estava triste com a camélia que caiu do galho, deu dois suspiros e depois morreu. Oh abre alas que eu quero passar. Ai mamãe, dá logo à chupeta pro neném não chorar! Allah-lá-ô, Allah-lá-ô, ôô, mas que calor ô ô. Era um rio de 40 graus, ou mais. E ei você ai, me dá um dinheiro aí?

Ô nega do cabelo duro, qual é o pente que te penteia? O teu cabelo não nega mesmo, mas me diz, qual é o pente que te penteia, hein? Taí eu fiz tudo pra você gostar de mim...Nessa cidade maravilhosa, cheia de encantos mil, cidade maravilhosa que até hoje é o coração do meu Brasil.

Assim o bloco ia pelas ruas do centro da cidade arrastando multidões. Homens se vestem de mulher, mulher vira valentão, a imaginação é liberada e a criatividade é premiada para quem ganhar o concurso do mais original folião. Lindas decorações compunham o cenário das ruas do centro e imediações da Cinelândia, local de partida dos desfiles do bloco, para o deslumbre visual.

Era dar um beijo apaixonado na sua amada e olhar para o céu e admirar os estandartes que enfeitavam as ruas. Era dar um gole na alegria, na ilusão, na bebida e admirar o colorido da decoração. Desciam do céu lindos adornos que emolduravam a folia, tal qual caricatura ou charge . Ou um quadro de algum pintor famoso da época.
E se fossem estandartes afro? E se “Yemanjá e seu espelho – O bairro do pelourinho na Bahia” tivessem vencido o concurso? Fernando Pamplona e Nilson Pena tiveram sua ousadia reprimida ao participarem do concurso da prefeitura. Caretice. Tolice. Vai entender a política ou pensamento de quem reprime? Afirmaram que o folclore nacional era indigno de ser decoração. O que é o Bola, afinal, senão folclore diverso da alegria etílico-momesca nacional? Mas depois isso, tudo foi revisto e eles acabaram ganhando o concurso e mais tarde Pamplona traz toda a sua inspiração para o desfile do Acadêmicos do Salgueiro.

Mas nem com toda polêmica o Bola Preta deixou de passar! Muito confete caiu ao longo desses anos, muita água de cheiro se jogou e o arlequim continua chorando pelo amor da colombina no meio da multidão. Hoje, o bloco arrasta mais de dois milhões de foliões pelas ruas dessa cidade, nas manhãs de sábado de carnaval.Turistas que tentam registrar com suas máquinas ou celulares, essa transe que acontece com os foliões do bloco Cordão da Bola Preta. Crianças brincam sem parar, os mais jovens vão para se ajeitar com as “gatetes” do momento, artistas e políticos não podem deixar de frequentar e os velhos não ficam sentados, se animam, se levantam e vão sambar!
É uma catarse, uma overdose de alegria, que junta sambistas com animação e suor. E o querido Bola que surgiu de um protesto contra uma proibição, virou patrimônio histórico cultural da cidade do Rio de Janeiro. Dessa forma, no seu desfile de folia, trabalhadores se libertam das regras do seu dia a dia e investem naquela paquera, acompanhados pela estúpida cerveja gelada. Os doidos camelôs tentam ganhar os últimos trocados para os momentos da festa profana. É uma procissão, diria uma comunhão de alegria, com hora para começar e terminar ao som da Banda Show e o lema de fazer e incentivar o carnaval de rua e não deixar a música popular brasileira morrer. É mais que um bloco, é um manifesto sócio cultural que une, congrega, aclama e propaga a paz o amor e a folia! Assim o Bola se torna o maior representante desse jeitão irreverente de ser carioca!

Rainhas famosas são coroadas, princesas garbosas reinam nos quatro dias de festejo e o Grêmio Recreativo Escola de Samba Alegria da Zona Sul nesses 20 anos de sua existência e resistência ao verdadeiro carnaval carioca, tem a honra de contar e homenagear em tema de enredo, os 95 anos de história do bloco carnavalesco Cordão da Bola Preta, a mais antiga instituição do carnaval carioca.

Hoje, com licença da nossa respeitada velha guarda, as nossas baianas rodopiaram com mais garra, mulatas e passistas formam o famoso triangulo com pandeiros, tão esquecido nos desfiles de escola de samba e todos se juntam para homenagear o querido Bola. E nós anônimos, porém animadíssimos foliões cariocas, vamos cantar em alto e bom som que:

“Quem não chora não mama, segura meu bem a chupeta. Lugar quente é na cama, ou então no Bola Preta. Vem pro Bola meu bem com alegria infernal. Todos são de coração, todos são de coração foliões do carnaval! Sensacional!”- (Nelson Barbosa/Vicente Paiva - 1962)Para todos que acreditam na resistência do carnaval carioca, do tema de enredo folião acima de qualquer dinheiro e para aquele que quebrou as regras dos desfiles das escolas de samba na cidade do Rio de Janeiro, Fernando Pamplona.
 

Texto e pesquisa : Eduardo Gonçalves
Agradecimentos e colaboração : Eduardo Nunes, Fábio Fabato e Vinicius Ferreira Natal.